quarta-feira, 28 de março de 2012

GEOSSÍTIO PRAIA DESERTA




(A) Vista geral do geossítio; (B) Itacoatiaras do geossítio Praia Deserta.



Geossítio Praia Deserta


O geossítio Praia Deserta está localizado no Sítio Catinga, coordenadas 7° 18’
32,64” latitude sul e 36° 30’ 27,95” longitude oeste. O acesso é feito partindo-se da
sede do município, pela PB-176 no sentido Sul, por 7 km, onde toma-se à direita em
estrada terraplanada que dá acesso ao Sítio Catinga. Após o percurso de cerca de 2
km da antiga sede do sítio, segue-se a pé por uma trilha de cerca de 200 metros até
que se alcance o geossítio (Figura 10 - A).
Este geossítio é composto por um dique granítico encaixado em gnaisses. O
granito deste afloramento é semelhante ao da Pedra da Tartaruga, ou seja, de
granulometria fina e predomínio de quartzo e feldspato. O dique é cortado
transversalmente pelo Riacho da Catinga, formando um lago perene, com
profundidade de cerca de 2,5 metros e que vem sendo utilizado, ainda que de forma
não expressiva, para lazer, principalmente por moradores da circunvizinhança. No
contexto do geoturismo, a área apresenta ainda como atrativo a beleza cênica,
composta pela interação entre os elementos vegetação, geologia e hidrografia, além

de possibilitar a apresentação de conceitos sobre geomorfologia fluvial,
principalmente sobre padrões de canais e padrão de distribuição granulométrica
longitude e transversalmente ao canal.
Em uma das faces da rocha, onde ela se apresenta mais plana, estão
presentes, representações bastante semelhantes a itacoatiras (Figura 10 - B), que em
Tupi Guarani, significa pedra riscada (ita = pedra; e cuatiara = risco, desenho). São
grafias inscritas nas rochas, como forma de comunicação ou registro, realizadas por
antigos povos indígenas e constituem uma rica fonte de informações sobre estas
sociedades.A hipótese de serem itacoatiaras foi levantada com base nas características
padrão dessas inscrições apresentadas em outros locais, principalmente na região do
Cariri e Seridó paraibanos, dentre elas a repetitividade da ocorrência em cursos
d’água ou riachos e em locais com certo nível de abrigo nos blocos rochosos, assim
como foi identificado neste geossítio, a presença de marcas cravadas em pontos da
rocha, normalmente gerados pelo desgaste dos artefatos usados para elaborar os
desenhos rupestres.
As possíveis itacoatiaras da Praia Deserta apresentam formas que, em alguns
casos, assemelham-se a figuras ou elementos do cotidiano (animais, pessoas, por
exemplo), fato geralmente comum na arte rupestre. Uma vez que se comprove que as
inscrições no geossítio Praia Deserta são mesmo itacoatiaras, as medidas para
geoconservação devem ser de caráter emergencial, pois estas estão em condições
ambientais extremamente vulneráveis a impactos. Por se tratar de representações
confeccionadas a partir de técnicas de raspagem da rocha, resultam em figuras em
baixo relevo, bastante sensíveis aos processos intempéricos, o que tem feito com que
algumas já apresentem pouco visíveis.


fonte: 

Inventário de geossítios como subsídio para o geoturismo
no município de Gurjão (PB)
Elayne Gouveia da Silva, Leonardo Figueiredo de Meneses







A PEDRA DO PASCÁCIO





Imagens da pedra do pascácio



(A) Blocos deslocados de sua posição original provavelmente pela atividade de mineração;
(B) Geoforma de bicho-preguiça na Pedra do Pascácio, Gurjão – PB.




Pedra do Pascácio
Está localizada no Sítio Pascácio, situado 6,2 km à NW da sede do município de
Gurjão, nas coordenadas 7° 13’ 57,66” latitude sul e 36° 32’ 33,67” longitude oeste. Para
chegar ao geossítio percorrem-se, a partir da sede municipal, 7 km por estrada
terraplanada até a entrada do Sítio Pascácio e, deste ponto em diante, deve-se seguir a
pé por uma trilha de aproximadamente 1 km, até que se alcance a Pedra do Pascácio.
Este geossítio é formado por um afloramento de rocha metamórfica do tipo
gnaisse, que ocupa uma área de cerca de 1500 m2 e apresenta abrigos (Figura 5 - A)
naturais e outros possivelmente gerados pelo deslocamento de blocos devido à atividade
de extração de material para construção civil que ali foi executada, mas que já foi
desativada, fazendo com que os impactos que foram gerados no ambiente sejam pouco
visíveis atualmente, pois a atividade não ocorreu de forma tão expressiva.
À este geossítio está associada uma “lenda” de um índio que habitava os abrigos
naturais do local, o que atribui ao local um valor cultural que pode ser agregado ao local
como atrativo turístico. Um segundo atrativo do local é a existência de um bloco com a
geoforma da cabeça de um bicho-preguiça, cuja forma pode ser percebida apenas em
alguns ângulos de observação.




fonte: 


Inventário de geossítios como subsídio para o geoturismo
no município de Gurjão (PB)
Elayne Gouveia da Silva, Leonardo Figueiredo de Meneses